25 de abr. de 2011

Já que acha que é fácil...

“In my shoes,
just to see
what it's like to be me.

I'll be you,
let's trade shoes
just to see what it'd be like
to feel your pain, you feel mine;
go inside each others minds,
just to see what we'd find,
look at shit through each others eyes.” - Beautiful - Eminem

20 de abr. de 2011

Sabe o que é?

   Há mais de um mês eu já não posto nada por aqui. Agora eu tenho um Tumblr, mas já que ninguém visita este meu blog, de que adiantaria uma propaganda aqui?
   Há aproximadamente três semanas eu caí em mim. Eu tinha a concepção de que tudo o que eu havia vivido foi realmente muito bom, mas não fora. Agora as pessoas botaram as asinhas de fora, e fazem traquinagens por aí, vivendo libertinamente.
   Eu reconheço que não sou forte, não tenho garra o suficiente para suportar toda a carga que a vida tem me oferecido. É o stress da escola, do futuro, da família, da doença. É o stress que eu carrego toda maldita noite nessa cama. É o medo que sinto em cada vulto alucinante que vejo passando por entre as trevas da casa. É a dor de cabeça que me leva à loucura quase todos os dias, me fazendo um viciado em remédios cada vez mais fortes.
   Não seria clichê demais dizer que o que eu passo é normal, é 'adolescente'? Não tenho a empatia de perceber que o próximo muitas vezes pode estar numa posição pior que a minha. Não sou insensível, mas não posso me comprometer com os outros, sendo que não resolvo meus próprios problemas. Não há meios para isso, não há quem possa me ajudar, embora muitos tentem me dizer o que fazer.
   Hoje em dia as pessoas não sabem como ajudar. Não são preparadas para isso. Não são os meus remédios que vão me curar, mas a cura deveria vir de dentro. Infelizmente o meio externo é venenoso para mim. Não há como lidar com todas estas dúvidas e frustrações sem me machucar por dentro e por fora.
   Eu queria ser um médico. Um médico que não fosse famoso pelo seu salário, mas pelas dezenas de vidas que ajudaria a salvar. Eu queria fazer a diferença. Queria me destacar, pelo menos uma vez. Lágrimas. Mal posso me ajudar, o que eu faria com a vida alheia?
   Eu me engano de novo e de novo e de novo e de novo. Perdi a essência, perdi a felicidade. Só restou um coração podre, mas que ainda bate. Sou corpo, mas minh'alma já se foi.

1 de mar. de 2011

Aulas de filosofia, incoerência e destino:

   Temo começar este texto e não conseguir terminá-lo. Tenho aprendido coisas novas na escola, como é de se esperar, claro. Acontece que eu tenho aprendido muita coisa, não só na escola, como em termos gerais. Há certas faces das pessoas que estou descobrindo somente agora, e finalmente estou conseguindo tracejar meus primeiros esboços sobre a real personalidade daqueles que me cercam.
   Descobri muitos 'falsos psicólogos' que dizem entender todo mundo, mas na verdade, conseguem só uma visão mais superficial das características morais de cada um. Nada contra essas pessoas, que se acham donas da verdade, e fazem julgamentos precipitados, afinal de contas, eu já fui uma delas. O que me tocou, era que eu realmente parecia conhecer uma pessoa, entretanto nada sobre ela eu sabia de verdade.
   Diante desse problema, procurei entender primeiramente, a mim mesmo. E o que foi que eu descobri? Nada. Nesses dezesseis anos e nove meses em que vivo neste planeta, não consegui me entender. Entretanto, eu sei de algo sobre o ser humano: ele é um ser coletivo. Logo, compreendi que na verdade, ninguém se entende. Ninguém se conhece de verdade. E isso nos leva a um outro aspecto que descobri: a incoerência.
   Na verdade, a incoerência não existe. Esta palavra enganosa, na verdade é só o reflexo daquele eu que ninguém entende. (Elaborei uma hipótese sobre o porquê de ninguém gostar das aulas de filosofia. Eu sendo um filósofo é um bom porquê.) Você tem sua personalidade formada, mas pode crer que há um grande espaço entre aquele eu, e este que você demonstra. Isso gera uma imagem incoerente. E eu sinto muito isso nas pessoas, quando dizem por exemplo sofrer por algo, mas não tomam as medidas necessárias (ou depois que tomam, voltam atrás). Vá dizer que isso não dá raiva? Mas acostume-se, afinal, você é mais incoerente do que imagina.
   Depois de descobrir esses dois aspectos, descobri o terceiro: o ser humano, ao mesmo tempo que pode ser compreendido como um todo, tenta ao máximo preservar sua individualidade. Hã? - Você deve ter se perguntado. Lembra de quando seu amigo te consola, repetindo a simples palavra "entendo, entendo"? Ele pode até entender (ou está se fingindo de legal para te pegar... Cuidado!). O que acontece, é que na verdade, ele pode até identificar o problema, mas não sabe como é estar na sua pele. Aí sim o ser humano se mostra diferenciado, único. Eu sou diferente de você, não importa o quão próximo sejamos. Tanto que gêmeos são diferentes, mesmo recebendo a mesma educação. Por isso, talvez haja uma irritação quando percebemos um comportamento incoerente, afinal nem todos estão cientes disto. (Viu? Estou sendo incoerente, afinal eu tenho consciência disso, mas ainda assim, me irrito.)
   Então, depois de conseguir identificar esses três aspectos humanos, consegui perceber um pouco mais além. O destino do ser humano é traçado por ele mesmo, no entanto, o destino é só uma questão de quão longe você pensa. Pois é simples pensar, no leito de morte, que seu destino fora esse mesmo. Você só pensou muito longe, enquanto era jovem, e naquele momento, tudo fazia sentido e se encaixava. Por isso, talvez o destino exista, ou não.
   Filosofar é apenas buscar a lógica em cada pequena coisa nesse mundo. Para mim, que sei que não me entenderei, descobri nessa arte um meio de entender as pessoas ao meu redor e tentar me encaixar nesses comportamentos estranhos que cada um de nós temos. Somos assimetricamente simétricos, com todas as nossas faces, mas isso ficará para um outro texto, quando conseguir entender um pouco mais sobre o Homo Sapiens.

12 de fev. de 2011

Fraquezas:

   Lembrei-me outro dia do meu post Decepção, por que?. Eu pensei que havia algumas coisas que aprendi nesse meio tempo. Engraçado como alguns meses te dão muita experiência sobre a vida, e se tem algo que eu tenho tentado adquirir é conhecimento. Conhecimento geral, sobre a vida e informação.
   Percebi que nada muda. No final das contas, eu serei o mesmo Fernando que sou agora, escrevendo este humilde texto, tentando compartilhar um pouco do que aprendi. Você pode achar que mudou para melhor neste último ano, talvez até tenha o feito, mas acredite, você por dentro ainda é a mesma pessoa. Suas características íntimas ainda são as mesmas, você ainda deseja aquilo que ambicionava. Talvez pouca coisa tenha mudado. Talvez você tenha acordado para algum problema, ou situação. Mas ainda assim, você é o(a) mesmo(a).
   O ser humano é fraco. Fraco nos seus mais íntimos desejos. Pessoas fazem tudo, às vezes até mesmo alertas de que a causa não é nobre. No fundo, o ser humano sabe que vai se machucar. Mesmo assim, tem esperanças que tudo dessa vez vai dar certo. E no fim? Bem, o fim todos nós sabemos.
   Eu admito que sou fraco, que tenho meus defeitos, minhas incoerências, assim como todos nós temos. Ainda assim, amo as pessoas demais. E esse é o maior defeito. O demais é excesso. E o excesso é lixo. Como diz a música: ..."o extraordinário é demais". E o que eu posso fazer, se esta é a minha sina, se eu não posso mudar? Tenho que tentar aprender a lidar com isso. Encarar que às vezes não vou ser atendido, e que decepções sempre vão acontecer. Afinal, o demais é excesso, mas ainda assim é mais que muito.
   Você pode até se mascarar, mas no final, vai ceder às suas vontades latentes, como eu já notei várias vezes. E aí? E aí eu me marco mais um pouco.

7 de fev. de 2011

Crise:

   Remexo meus cabelos até perceber que alguns deles caem no piso branco. Outra crise. Eu penso, agora, sozinho. Estou aqui novamente, e pensante como sempre.
   Imagino como seria a minha vida, caso eu pudesse ter a dádiva de mudar algumas coisas no meu passado. Mais do que nunca percebo o quanto a vida é curta e breve, dando ainda mais valor a cada momento especial.
   É tarde. Fecho os olhos e não durmo. Escrevo agora tentando entender um pouco sobre mim mesmo, sobre essa coisa louca a qual chamamos de vida. Dor. Dói saber que ao passo que tudo mudou, nada mudou de verdade. É confuso, eu sei: tudo aconteceu, mas sinto-me letárgico e parece que tudo definitivamente é como era antes.
   Olho para algumas marcas. Novas. Coçam. São feias, mas amo cada uma delas. Elas têm histórias, essas a quais não me orgulho muito, mas não me arrependo de tê-las vivido. Entretanto, não quero continuar com isso. Mas quem se importa? Já começou mesmo! Mas espero que dê para parar.
   Estou longe de tudo e de todos. É evidente que aqui não é como lá, nunca fora e nunca será. Me pergunto como seria se fosse novembro para sempre. Seria feliz, triste? Uma escolha muda todo o seu futuro, e nem sempre estamos conscientes disso. Seria muito bom mesmo se pudéssemos fazer apenas as escolhas certas, mas devemos trombar com tudo e todos para termos alguma chance de sucesso algum dia.
   Às vezes penso em localizar minha Estrelinha. Porém, creio eu, que ela já sumiu da abóboda celeste, há muito tempo. A culpa não é minha. Essa Terra sempre girará, e mudará de posição. A Estrelinha permanece lá, também girando, mas de forma diferente. De qualquer forma, não consigo mais vê-la. E eu não queria isso.
   Leio, filosofo. Lembro e entristeço. Até quando? Até quando terei de suportar isso? Tenho aula daqui a poucas horas, mas não me importo. O futuro é incerto demais pra mim. Eu não ligo. Espero que você também não.

26 de jan. de 2011

Caindo:

   Estou escrevendo com uma baita dor de cabeça. A cada dia que passa, sinto que a vida tenta me dar uma lição. As pessoas com quem cruzamos, nossos relacionamentos e nossas atitudes parecem que teimam em dar errado às vezes. E pode nem ser sua culpa, naquele momento.
   Se sentir confuso, é perfeitamente compreensível, mas há um momento em que se deve nortear seus pensamentos, sentimentos e desejos, para que você não engane a si próprio. Uma vez enganado, automaticamente, você engana os outros. E consequentemente, mais confusão para algum terceiro. E esse terceiro pode ser eu, ou você.
   Nesses momentos em que me sinto confuso, ou enganado, procuro escrever. Eu paro. Num instante, os amores da minha vida são um papel e uma caneta. Basta. As palavras vêm, e mesmo assim, algumas vezes elas teimam em me derrubar. Nunca fora bom em metáforas, mas lembro-me que escrevi dos buracos. Acho que às vezes caímos em buracos muito semelhantes. E quando nos tocamos, estávamos correndo em círculos e caindo no mesmo buraco sempre, como ratos idiotas.
   A sensação de se estar confuso é a mesma daquele seu pesadelo, quando você cai do precipício. Não há absolutamente nada para se basear, nada de concreto para segurar as suas crenças. Por isso, digo que devemos nos nortear. Entretanto, quando já se está no meio disso tudo, pode ser muito complicado e duro de estabelecer a verdade interior de cada um dos indivíduos envolvidos. Triste verdade. Quanto mais se deseja o sucesso, pode ser aí que more o fracasso.

Cegueira:

   "Um pai presenteia seu filho no Natal. O embrulho todo embasbacado esconde o maior presente da vida do garoto.
   - Quero que construa. Não se preocupe com o tempo que levará, mas sim com o que vai aprender com isso.
   - Tudo bem, papai. Posso abrir?
   - Claro.
   - Puuuxa! Um quebra-cabeças! De mil peças! Será que eu consigo terminá-lo até o próximo Natal?
   - Creio que toda pessoa deveria ganhar este presente um dia, filho. Embora não creio que alguém um dia consiga terminá-lo.
   O filho, não entendendo muito bem o recado do pai, nota uma peculiaridade no brinquedo. Não há imagem de resultado, apenas um quadro branco. Quando o filho abre a caixa, se espanta ainda mais.
   - Mas que é isso? As peças são todas brancas! Como vou poder montar um quebra-cabeças sem saber o que eu estou fazendo?
   - Este é o grande mistério de nossas vidas, garotinho. Um dia você entenderá. - responde o pai, feliz com o descontentamento do menino."

   Li uma história semelhante num livro. Não seria muito mais fácil para o garoto, se ele tivesse noção do resultado do quebra-cabeças? Ele saberia diferenciar céu de terra, fogo de água. Mas não, era tudo branco. Não seria muito mais fácil viver, se pudéssemos ter um lampejo de trinta segundos do nosso futuro? Saberíamos que decisões nos levariam ao sucesso, e quais nos levariam ao fracasso. Seria muito mais fácil caminhar de olhos abertos, do que vendados. Mas a vida não conta com uma imagem-resultado. Pisamos em ovos todos os dias, em cada segundo, não sabendo com exatidão o que cada escolha que fazemos agora acarretará no futuro. Na vida, não há vantagens para mim, nem para você.
   Às vezes pensamos que a vida é injusta conosco, por não nos dar essa oportunidade. Ver a felicidade estampada no sorriso de alguém e ver que sua vida não anda lá essas coisas é muito chato. Trilhamos o caminho da vida, todos cegos. A única diferença é que uns se encontram e se ajudam, enquanto outros trocam rasteiras e tapas para ver quem fica com o melhor pedaço do caminho.

18 de jan. de 2011

Sem título:

   Sei que mais cedo ou mais tarde esse momento viria: teria de escrever um artigo sem título. Senti que precisava escrever, e cá estou eu digitando no meu melhor modo de me expressar. Pelo fato de isso ser um blog, eu não conto nada de pessoal aqui em detalhes. Creio que vocês que não me conhecem, em sua maioria perguntam o que realmente está acontecendo por trás dessas palavras.
   Vou fazer 16 anos mês que vem. Comecei o ano de uma forma muito legal, com planos e novos desejos, como todo mundo. E logo de cara já me veio a primeira queda. Sim, não demorou muito pra eu perceber que um 'buraco' que disse no post anterior deveria ser encarado por mim. E eu me achei numa situação engraçada, afinal, quando escrevi aquilo, estava bem e confiante.
   O fato triste é que não é fácil escalar qualquer buraco. Ainda mais um desses. Explodi. Me senti extremamente nervoso, ansioso e me descontrolei. Acabei descontando a culpa em mim mesmo, mas de certa forma me fez sentir melhor. De novo. Isso aconteceu na pior hora, no pior momento. Eu cedi à pressão. Eu não suportei, e naquele momento percebi que eu vivia numa base fraca demais para suportar o castelo dos meus sonhos. Quando lembro disso, dói. Me sinto tão desconfortável quanto quando me senti assim pela primeira vez. Não gosto de lembrar, não gosto de revelar meus segredos. Sou sonhador, e agora vivo a realidade de um mundo com a qual não estava preparado para lidar. Tento ajudar a todo mundo, e acabo equivocadamente sendo pior do que poderia ser. Não é isso o que eu quero pra mim.
   A vida é frágil demais para ser analisada, julgada e compreendida. Por isso, não conto o que se passa, pois iriam me analisar, me julgar, pouquíssimos iriam realmente me compreender. Minha vida é mais do que o cara que mora sozinho numa cidade diferente. Sou mais que um 'troll' metido a engraçadinho que quer ver todos rindo. Minha vida não se resume. Ela é bem extrema, poderia dizer.
   Então, não julgue meu exterior, porque na verdade, você pouco me conhece. Você não sabe da minha vida. Frágil vida.